A superintendente regional de ensino de Barbacena, Patrícia Russo Coelho Lima, recebeu, em seu gabinete, na manhã desta terça-feira, 21, membros do Conselho Municipal de Promoção e Igualdade Racial de Barbacena e mestres de capoeira da cidade. Durante a reunião, eles apresentaram à superintendente um documento com as vantagens do ensino da capoeira nas aulas de educação física escolar e solicitaram o seu apoio junto ao Governo do Estado para a inclusão do esporte na grade curricular da rede estadual.
O documento traz um vasto estudo sobre os benefícios da prática da capoeira e a sua relação com as atividades praticadas durante as aulas de Educação Física nas escolas. A inclusão do ensino da capoeira nas aulas de Educação Física é uma discussão que vem ganhando força nos últimos anos. O MEC sugere o ensino de esportes, jogos, danças, brincadeiras e lutas nas aulas de Educação Física e a capoeira, segundo especialistas, reúne todos estes requisitos. Além disso, a Lei n° 10.639, de 2003, em seu artigo 26-A, torna obrigatório o ensino da história afro-brasileira em todo o currículo escolar, o que reforça a tese de que os educadores devem incluir em suas aulas a temática da história e cultura dos negros. A superintendente Patrícia Russo disse que vai encaminhar o documento para a Secretaria de Estado de Educação e que não medirá esforços para que a capoeira seja, de fato, incluída como um dos esportes a serem praticados e ensinados durante as aulas de Educação Física. |
“É inegável o valor histórico e cultural da prática da capoeira e a sua difusão enquanto manifestação folclórica e artística é um dever de todos os envolvidos com a árdua missão de educar”.
Participaram da reunião o presidente do Conselho, Nivaldo Paulino Teodoro, o conselheiro Márcio José da Silva e os mestres de capoeira Edson Ferreira da Silva (mestre Ticão) e José Vieira (mestre Vieira), além do coordenador de Divisão de Atendimento Escolar da SRE, Adriano Nascimento.
O Conselho Municipal de Promoção e Igualdade Racial foi instituído em janeiro de 2007, por meio da lei 4006, que dispõe sobre a política de igualdade racial. Durante estes anos, o Conselho promoveu três Conferências Municipais, participou de seminários, de encontros com a comunidade negra estadual e nacional e de três Conferências Estaduais e Nacionais, enviando delegados em todas elas. O Conselho também foi pioneiro na criação do Fórum de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Foppir), que já está na 10ª edição. Ainda foi inserido na Pastoral Afro da Arquidiocese de Mariana, criando o grupo de Pastoral Afro Mariana Sul e a Pastoral da Igreja de São Pedro e São Paulo. É membro ativo do Fórum Mineiro de Entidades Negras (Fomene) e participou ativamente na certificação da Comunidade Quilombola dos Candendês.