O Dia da Educação (28/4) é uma data comemorativa que tem como papel reforçar a importância do ensino para o desenvolvimento da humanidade em diversos aspectos.

Diante do desafio de garantir o direito aos estudos de crianças e jovens mineiros, sobretudo durante a suspensão das aulas presenciais nas escolas, este dia também reforça os resultados positivos conquistados pela rede estadual de ensino de Minas Gerais durante o Regime de Estudo não Presencial, que completa, em maio, um ano de implementação.

Para a subsecretária de Desenvolvimento da Educação Básica, Geniana Guimarães Faria, é importante reconhecer a gravidade do cenário, os riscos trazidos pela covid-19 e a necessidade da adoção de cuidados. Ela destaca o desafio do processo de construção da estratégia de ensino remoto mineira e sua implementação na rede. 

"Sabemos que a utilização das tecnologias digitais de informação e comunicação não é, por si só, algo ruim para o processo educativo. Aprendemos que é necessário se reinventar. Se bem integradas ao planejamento pedagógico, elas podem ser interessantes recursos de trabalho. Contudo, há de haver método, intencionalidade, complementaridade e estrutura para que sejam utilizadas”, afirma.

Geniana ainda observa que, tão importante para a educação quanto a aquisição de conhecimentos historicamente sistematizados, é a promoção da socialização, da inclusão, da solidariedade, da diversidade e de uma perspectiva crítica de mundo.  

Ensino remoto 

O ensino remoto nas escolas estaduais começou em maio de 2020. Desde então, a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) vem desenvolvendo um trabalho contínuo para mitigar as perdas da suspensão das atividades escolares presenciais e dar continuidade ao processo de ensino e aprendizagem dos estudantes. Para isso, há três ferramentas pedagógicas que funcionam de maneira complementar, de forma a atender o maior número possível de estudantes: o Plano de Estudo Tutorado (PET); o aplicativo Conexão Escola; e o programa de TV “Se Liga na Educação”.

O Estado vem se esforçando para que o ensino remoto chegue a todos os alunos. Os PETs, por exemplo, podem ser baixados no site estudeemcasa.educacao.mg.gov.br e estão disponíveis no aplicativo Conexão Escola 2.0, que tem navegação patrocinada pelo Governo de Minas para alunos e professores. 

Para os estudantes que não têm acesso à internet, o material é impresso e entregue gratuitamente às famílias, por meio de um trabalho cuidadoso dos gestores escolares, seguindo todos os protocolos sanitários. Além disso, o material foi adaptado para o público da educação especial. Já o programa Se Liga na Educação conta com tradução simultânea em Língua Brasileira de Sinais (Libras) e é transmitido pela TV aberta para cerca de 82% dos estudantes matriculados na rede pública estadual. 

Reconhecimento 

O esforço realizado tem sido reconhecido. Em estudo divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Minas ficou entre os três melhores estados no Índice de Educação a Distância, alcançando a nota 5,83 - acima da média nacional, que ficou em 2,38. O levantamento considerou as ferramentas implementadas durante o período da pandemia da covid-19 nos 26 estados brasileiros, no Distrito Federal e nas capitais. 

A rede estadual de ensino de Minas Gerais tem sete vezes mais alunos que o primeiro colocado no estudo, a Paraíba, com nota 6; e mais que o triplo do segundo, o Distrito Federal, que obteve nota 5,88. Minas se destacou por ter maior cobertura e pela agilidade na implementação do ensino remoto para os alunos da rede estadual. 

O estudo mostra que, enquanto Minas já oferecia aulas transmitidas pela TV em maio, essa realidade era percebida em apenas 40% dos estados. Outro ponto importante do plano de educação remota desenvolvido pela SEE/MG diz respeito à distribuição de materiais e o subsídio do acesso à internet. A realidade da navegação patrocinada só foi verificada em 10% dos estados. A diversificação das estratégias de ensino para alcançar o maior número de alunos e reduzir os efeitos adversos da suspensão das aulas presenciais também foi um destaque. 

Foco na permanência  

Em 2020, durante o ensino remoto, a partir de um acompanhamento sistêmico, as escolas estaduais intensificaram as ações de busca ativa dos alunos que não estavam participando das atividades remotas. Foram utilizadas estratégias como ligações para famílias e estudantes, envio de mensagens por aplicativo e até mesmo visitas às residências dos alunos, sempre com os cuidados sanitários necessários.

O modelo de gestão permitiu que cada direção da rede soubesse quais alunos estavam próximos de deixar os estudos por questões estruturais ou pelo distanciamento da escola. Assim, foi feita uma busca desses estudantes, com o apoio da rede de proteção social básica. Essas ações resultaram no retorno de mais de 30 mil pessoas de volta aos estudos.

Na Escola Estadual Leanir de Assis Magalhães, no distrito de Barra da Figueira, município de Pocrane, na região do Rio Doce, a busca ativa é uma ação constante. Sempre que percebe que um aluno está se afastando, a diretora Gerusa Cristina Pereira entra em contato para entender o motivo. Segundo a gestora, o olhar atento gera resultados e é importante para garantir o processo de ensino e aprendizagem.

“A busca ativa tem sido essencial neste momento em que estamos vivendo, porque, por meio desse contato próximo com o aluno e do conhecimento do que está acontecendo com ele, é que estamos conseguindo superar as dificuldades de ensino e aprendizagem. Com a busca, o estudante se sente importante e com esse sentimento de valorização colhemos bons frutos”, observa a diretora.

As ações de busca ativa foram refletidas na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD COVID19), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizada em outubro de 2020. Segundo o levantamento, Minas Gerais é o estado brasileiro com o menor percentual de crianças e adolescentes de 6 a 17 anos no país que não frequentavam a escola - sendo ensino presencial e/ou remoto - durante a pandemia. 

No levantamento, Minas Gerais apresentou 2% dos estudantes dessa faixa etária fora do ambiente escolar - mesma taxa de Sergipe, um estado com rede de ensino 11 vezes menor que a de Minas. Além disso, a rede mineira também teve desempenho melhor que a média nacional, que foi de 4% dos alunos fora da escola.

 

 

 

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